O Centro de São Paulo, ao longo das décadas do século passado, passa por diversas transformações com a transferência de centralidades desta região da cidade para outros eixos (Avenida Paulista e, posteriormente, Av. Faria Lima – Berrini). Neste processo, diversos imóveis de uso comercial e residencial foram deixados vagos, em um contexto de aprofundamento da crise habitacional. Nos anos 1990 inicia-se um processo de ocupação de imóveis abandonados por movimentos populares de moradia como uma forma de reivindicar o direito à moradia e à cidade. Atualmente, diversos movimentos populares ocupam imóveis na área central da cidade de São Paulo, formando assim um universo múltiplo e plural de ocupações. As ocupações servem como espaço de formação popular, ao difundir direitos sociais básicos e cidadania entre as pessoas que lutam por moradia, e também se tornaram, em alguns casos, pólos culturais, locais para formação de força de trabalho, atividades solidárias realizadas por e junto à mulheres, idosos e outros grupos vulneráveis entre outras formas de resistência.